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O SÃO JOÃO E O SÃO PEDRO, NO ESTILO LITERÁRIO DE CAMILO CASTELO BRANCO*

As Festividades dos Santos Populares - ou Amores à Moda Antiga no Porto e na Afurada, em Gaia.

 

Numa época adornada de cor e leveza, as festas dos Santos Populares instalam-se nas cidades do Porto e no lugar da Afurada, em Vila Nova de Gaia. São João, na urbe portuense, e São Pedro, na Afurada, em terras gaienses, despontam como símbolos festivos que inundam as artérias de encanto e devoção, conduzindo-nos a um tempo onde a tradição se entrelaça com o presente. É um período de contentamento coletivo, onde a pulsante atmosfera festiva inebria os espíritos e nos faz fazer parte da essência das celebrações populares.

 

Na cidade do Porto, de 23 para 24 de junho, a noite de São João revela-se num torvelinho de entusiasmo e folia. Ruas engalanadas, habitantes vestidos a rigor e o aroma tentador de manjericos e sardinhas assadas enchem o ar. As marteladas e alhos-porros bailam em mãos festivas, em gestos audaciosos de brincadeira e cumplicidade. Entre sorrisos marotos e olhares sorrateiros, os corações inquietos encontram-se num compasso único, rendendo-se à magia desta noite encantada.

Ao rubro das fogueiras crepitantes, erguem-se as sombras dançantes que brincam com o fogo sagrado. Bailaricos animados entoam melodias alegres, envolvendo os corpos presentes em ritmos divertidos. E no firmamento, pela meia-noite, o fogo de artifício desenha constelações de cores e faíscas, iluminando a noite em esplendor. São João, patrono das chamas, abençoa a festividade com a sua benevolência ancestral, preenchendo sorrisos com a magia do passado. Leveza alada em céus noturnos, os balões ascendem, beijando as estrelas. Nas suas chamas titilantes, há segredos sussurrados, sonhos perseguidos. São João é a testemunha suprema do voo efémero dos balões de fogo que pairam no éter celeste.

 

Já na Afurada, em Gaia, São Pedro é o santo da devoção popular, celebrado no dia 29 de junho. As margens do Douro são testemunhas de arraiais animados, onde a música popular preenche o ambiente com animadas melodias. Ouvem-se conversas entusiasmadas e assiste-se a gestos de amizade e camaradagem de quem se entrega por inteiro à vivência do momento.

 

Na Afurada, charmosa vila piscatória, São Pedro, o santo venerado, desfralda o seu manto sagrado. Homens de fé e devoção, os pescadores prestam homenagem solene e sentida ao seu padroeiro. Além das cerimónias piedosas, a tradição manifesta-se em delícias saborosas: a típica sardinha assada, a broa de Avintes, e outras iguarias que enlevam o paladar. E no firmamento estrelado, o fogo de artifício desenha constelações efémeras, iluminando o cenário divino. O apogeu da celebração surge com a procissão, feitas de andores que ostentam imagens sacras, seguidos pelos fiéis trajados à moda ancestral dos filhos do mar. Ao cruzar as margens do Douro, os barcos recebem a bênção divina, ao som das sirenes e estrondos dos morteiros.

 

No âmago das festividades dos Santos Populares, encontra-se uma tradição amorosa que desperta corações e alimenta paixões: os manjericos. Estes pequenos vasos de terra com um ramo de manjerico são símbolos românticos por excelência, oferecidos entre amantes e apaixonados com um gesto terno e um sorriso cúmplice. Os manjericos, além de exalarem um aroma fresco e característico, são decorados com quadras populares de amor, escritas com esmero e sentido poético. São mensagens secretas e simbólicas, que expressam sentimentos ardentes e promessas de amor eterno. Em cada manjerico oferecido, há a esperança de uma história de amor florescer, embalada pelo encanto das festas populares e pela magia da tradição. É um gesto que une almas e perpetua o romantismo de outros tempos, mergulhando-nos numa atmosfera única, onde a leveza e o amor se entrelaçam num sorriso apaixonado.

 

As festas dos Santos Populares trazem consigo uma miscelânea de emoções e tradições, numa época em que o coração do povo se revela com fervor. Entrem nesta viagem, pelas ruas estreitas e becos sinuosos, descubram os sorrisos encantados e os gestos de amizade que preenchem os recantos destas vivências. O São João e o São Pedro esperam-vos para momentos genuínos de celebração, sob os seus olhares atentos, sempre generosos e protetores.

 

*Este artigo foi escrito com recurso a IA, com o intuito de recriar o estilo do autor e assim proporcionar aos leitores um registo das festas de São João do Porto e do São Pedro da Afurada, ao estilo de Camilo Castelo Branco, uma das figuras maiores do romantismo literário em Portugal.